30.4.07

.sensualidade animal.


por Polly Ferraz.
fotos: Natalia Kataoka.

Figura carimbada no Dragão Fashion Brasil, presença constante e muito querida em terras alencarinas, o estilista Mário Queiroz sempre fez moda para um homem ultra moderno sem ser fashionista. Sexy com a típica discrição daqueles que se vestem bem.

Dessa vez Mário se inspirou na relação entre o homem e o animal na criação para o outono/inverno 2007. Seu homem utilizou peles e couro para compor o visual. A silhueta veio mais justa. Os tradicionais cinza e preto fizeram contraponto com tons terrosos.

Esta coleção veio mais sensual, menos cosmopolita, porém com o toque-Mário-Queiroz precisamente urbano.

.cafeína nordestina.









por Polly Ferraz.
fotos: Natalia Kataoka.

Ganhadoras do concurso Novos Talentos do Dragão Fashion Brasil 2006 com uma mini-coleção inspirada na arte dos índios Marajoaras, Natalia e Larissa, estudantes de Moda da Faculdade Marista exibiram seu novo trabalho: Miscigeno Café.

Inspirada no elemento que outrora fora o principal produto de exportação do país, o café, a dupla trouxe um trabalho menos literal, mais conceitual. Uma ampla paleta de cores que envolvia marrom, branco, cinza, bege, vinho, até o fortíssimo azul bic entrou na roda.

Plissados e drapeados deram forma ao Jersey. O Jeans veio pregueado, cheio de textura. Ponto para os interessantes maxi colares confeccionados em crochê e pano.

Com todo o excesso de elementos a coleção se perdeu, mas terminou em tempo bom com o look-conceito feito de saco de aniagem e cetim dourado plissado. Ponto para os para os interessantes maxi colares confeccionados em crochê e tecido.

.une femme est une femme.








por Polly Ferraz.
fotos: Natalia Kataoka.

Vestir-se com Marcelo Quadros é vestir-se para momentos especiais. Sempre aliando requinte e sofisticação, o estilista mostrou a que veio, trazendo uma coleção refinada para o Dragão Fashion Brasil deste ano.

Iniciando com total black, evoluindo para o atemporal preto & branco, finalizou com suaves longos em tom de bege, que o próprio estilista chamou de “bayles”. A silhueta em A, a seda e a musselina esvoaçante acentuaram a sensualidade feminina, também refletida no make up, com a boca poderosa em vermelho intenso.

Quadros apresentou um prêt-à-porter elegante, luxuoso, equilibrado e feminino. Nada de excessos. Brilhos, drapeados e laçarotes na medida certa.

25.4.07

.bossa-nova oriental.

por Carolina Gauche.
fotos: Natalia Kataoka.


O Étnico-chique da marca baiana Empório Oriente veio mais uma vez colorir a passarela na 8ª edição do DFB. Um desfile c
omercial foi montado com composições carregadas de elementos indianos.

O início do desfile trouxe looks praia-noite. Leves, soltinhos e de cores escuras. Logo depois vieram as estampas de oncinha e as composições dia em cores quentes, como laranja e pink. Túnicas, echarpes, saias, sandálias trançadas e dourados se combinavam com chapelões e maiôs sessentinhas. Assim como nas roupas, músicas de batida indiana e bossinhas se fundiam dando mais graça às produções.

A única coleção recebida pela Sala das Marés no primeiro dia de Dragão Fashion acabou num colorido lindo da fila final puxada por Petúnia Maciel, estilista da marca.

Querendo conferir de perto, visite a Empório Oriente da cidade solar. Ela se localiza na Rua Thomas Pompeu, 510, Meireles.
















22.4.07

.departamento conceitual.

por Carolina Gauche.
fotos: Natalia Kataoka.








Tendo como desafio mostrar o que estará na loja na estação outono-inverno deste ano, a equipe de estilo da CeA preparou mais de 60 looks conceituais para apresentar na 8ª edição do DFB.

Compostos por um mix de peças comerciais e de peças customizadas foram montadas as composições para o desfile, dividido em sete partes.

Abrindo, a alfaiataria em preto e branco foi apresentada num estilo charlatão-poderoso. Em seguida os 60’s psicodelic tomaram conta da sala do Fogo com muito vinil preto, branco e vermelho-sangue. Passando para o 80’s metálico, a trilha disco embalou o gingado de Sebastian, garoto-propaganda da marca, encenando flertes com modelos que ostentavam curiosos chapéus em formas geométricas. A linha gym foi associada ao inverno: peças coloridas de moletom e nylon combinadas a polainas, pompons, gorros e cachecóis de tricô em cores contrastantes. Não esquecendo dos alternativos, a CeA trouxe nerds 80’s e seus óculos quadrados à la Erlend Oye. Pulôveres, xadrezes, gravatinhas-borboleta e remendos de couro nos joelhos das calças deram total graça aos tímidos rapazes. O rock também não foi esquecido: terninhos supercustomizados e sapatos de bico fino dourados deram certa delicadeza às tachas sadomasô espalhadas nas peças. Para finalizar, lingeries brancas, meias, casquetos de pele branca anunciavam o inverno-neve CeA.

Para uma loja de departamentos tão grande, o desfile surpreendeu. Bem bolado, sem quebras não planejadas, a equipe CeA conseguiu mostrar o que estará na loja na estação outono-inverno e deixar um gostinho de quero mais na boca de todos os consumidores que assistiram o espetáculo.

16.4.07

.o DNA dos Novos talentos.

Miscigenação das coleções na 8ª edição DFB.

por Carolina Gauche.
fotos: Natalia Kataoka.


1) tropicália.

2)ouro e jeans.

3)4) cleonices.

5)glamour de isaac e monique.

6)7) delicadeza forte .

8)patchworks e crochês .

9) dna estrangeiro.


Na 8ª edição do Dragão Fashion Brasil, seguindo a tradição, foram selecionados – em meio a inscrições vindas do Piauí, Bahia, Minas, Brasília e Ceará - somente sete estilistas em início de carreira para apresentar seus trabalhos no desfile de Novos Talentos.

Os pupilos que ganharam a chance de exibir na Sala do Barro suas Mini-coleções, tiveram que desenvolver trabalhos em cima do tema escolhido pela direção do DFB : DNA – Dragão, Nobre Arte. O resultado final das coleções das várias cabeças pensantes, como sempre, surpreendeu na escolha de diversos sub-temas.

Um exemplo disso é Martins Paulo, estudante piauiense de Artes Visuais, que, participando do concurso pela segunda, vez trouxe o tema Tropicália ao som da música tema do movimento sessentista na voz de Caetano. Martins explorou de diversas formas a chita – produto legitimamente brasileiro - em modelagens soltas e drapeadas de vestidos e sarueus. As modelos utilizavam óculos ray-ban num ar bem ‘Che Guevara’, característico dos esquerdistas tropicalistas. As sandálias eram amarelas, acentuando nas modelos o tom tropical-verão-praia junto com bocas bem marcadas em vermelho. Para arrematar, alguns looks apresentavam bolsas em formatos de discos de vinil.

Já a veterana em concursos Cristiane Gomes e sua parceira Lorena Pessoa trouxeram uma coleção de vestidos curtos e armados em jeans com aplicações de bordado que lembravam ouro. Tudo impecável como sempre. Até os sapatos foram forrados de jeans com o mesmo bordado aplicado.

Para os Designers de Moda Isaac Monteiro e Monique Barreto a palavra miscigenação transitou tanto no embasamento do tema ‘Nossas Raízes’, como, literalmente, na mistura das estampas, cores, modelagens e bordados das peças apresentadas. As composições tinham um ar glamour–purpurina através de tecidos nobres e dos bordados gritantes feitos de miçanga. Isaac e Monique seguiram bastante as tendências atuais: maxi bolsas, oncinha, leggings, meias-calça, mangas sino e macaquinhos.

Contando a história de uma artesã, Dona Cleonice, que como muitas tantas passava o dia fazendo seu trabalho, Iury Costa resgatou a magia e a tradição do crochê. O estudante de moda fez sua leitura nos mostrando modelos ‘pin-ups’ que desfilavam carregando seus novelos de linha ao som de uma música sensual. Os looks bem ajustados ao corpo vinham cheios de vida junto aos maxi acessórios formados também de novelos de linha. Iury conseguiu manter ar empinado-sexy mesmo nas modelos que desfilavam usando sapatilhas baixas.

A dupla Márcia Henz e Rejane Mara apresentou uma coleção marrom-turquesa que buscava aliar o crochê ao patchwork. Vestidos pesados de jaquard, sapatos bordados de miçanga e os maxi acessórios em formato de bola compunham os looks que as modelos traziam junto com suas delicadas bolsinhas de mão.

Gisela Franck, Designer de Moda, desenvolveu uma coleção forte e, paradoxalmente, delicada. Gisela usou como base tecidos de linho – com diversas texturas – em tons pastel e pink. Os vestidinhos rústico-chiques tinham acabamentos em couro pespontado de forma delicada sem cair no clichê que, junto às modelagens, apesar de ajustadas ao corpo, davam um ar bem leve e sertanejo às manequins.A designer conseguiu desenvolver, com muita graça, um trabalho baseado em uma nação, cuja sobrevivência e evolução se deram da construção de seus próprios tecidos, sem adventos modernos.

A coleção do baiano Tarcísio Brito se distinguiu das outras com seus cortes secos, cheios de contemporaneidade. Tarcísio não utilizou o artesanato propriamente dito, como os outros concorrentes. A ‘Misto é sempre Mixto’, em preto e branco, trouxe peças minimalistas e elegantes junto a sapatos sociais bem lustrados de couro duro, utilizados com meias soquete pretas. As modelos com pisar forte entravam na passarela nos fazendo lembrar dos estrangeiros que também tiveram sua parte na construção do DNA brasileiro.

O resultado final do concurso surpreendeu: Tarcísio Brito, quebrando preceitos, foi agraciado com o primeiro lugar - e , seguindo as regras, deve ganhar um espaço individual na grade de horários da próxima edição do evento para apresentar uma coleção. Em segundo, ficaram Cristiane Gomes e Lorena Pessoa. E, em terceiro, a dupla Márcia Henz e Rejane Mara.