16.4.07

.o DNA dos Novos talentos.

Miscigenação das coleções na 8ª edição DFB.

por Carolina Gauche.
fotos: Natalia Kataoka.


1) tropicália.

2)ouro e jeans.

3)4) cleonices.

5)glamour de isaac e monique.

6)7) delicadeza forte .

8)patchworks e crochês .

9) dna estrangeiro.


Na 8ª edição do Dragão Fashion Brasil, seguindo a tradição, foram selecionados – em meio a inscrições vindas do Piauí, Bahia, Minas, Brasília e Ceará - somente sete estilistas em início de carreira para apresentar seus trabalhos no desfile de Novos Talentos.

Os pupilos que ganharam a chance de exibir na Sala do Barro suas Mini-coleções, tiveram que desenvolver trabalhos em cima do tema escolhido pela direção do DFB : DNA – Dragão, Nobre Arte. O resultado final das coleções das várias cabeças pensantes, como sempre, surpreendeu na escolha de diversos sub-temas.

Um exemplo disso é Martins Paulo, estudante piauiense de Artes Visuais, que, participando do concurso pela segunda, vez trouxe o tema Tropicália ao som da música tema do movimento sessentista na voz de Caetano. Martins explorou de diversas formas a chita – produto legitimamente brasileiro - em modelagens soltas e drapeadas de vestidos e sarueus. As modelos utilizavam óculos ray-ban num ar bem ‘Che Guevara’, característico dos esquerdistas tropicalistas. As sandálias eram amarelas, acentuando nas modelos o tom tropical-verão-praia junto com bocas bem marcadas em vermelho. Para arrematar, alguns looks apresentavam bolsas em formatos de discos de vinil.

Já a veterana em concursos Cristiane Gomes e sua parceira Lorena Pessoa trouxeram uma coleção de vestidos curtos e armados em jeans com aplicações de bordado que lembravam ouro. Tudo impecável como sempre. Até os sapatos foram forrados de jeans com o mesmo bordado aplicado.

Para os Designers de Moda Isaac Monteiro e Monique Barreto a palavra miscigenação transitou tanto no embasamento do tema ‘Nossas Raízes’, como, literalmente, na mistura das estampas, cores, modelagens e bordados das peças apresentadas. As composições tinham um ar glamour–purpurina através de tecidos nobres e dos bordados gritantes feitos de miçanga. Isaac e Monique seguiram bastante as tendências atuais: maxi bolsas, oncinha, leggings, meias-calça, mangas sino e macaquinhos.

Contando a história de uma artesã, Dona Cleonice, que como muitas tantas passava o dia fazendo seu trabalho, Iury Costa resgatou a magia e a tradição do crochê. O estudante de moda fez sua leitura nos mostrando modelos ‘pin-ups’ que desfilavam carregando seus novelos de linha ao som de uma música sensual. Os looks bem ajustados ao corpo vinham cheios de vida junto aos maxi acessórios formados também de novelos de linha. Iury conseguiu manter ar empinado-sexy mesmo nas modelos que desfilavam usando sapatilhas baixas.

A dupla Márcia Henz e Rejane Mara apresentou uma coleção marrom-turquesa que buscava aliar o crochê ao patchwork. Vestidos pesados de jaquard, sapatos bordados de miçanga e os maxi acessórios em formato de bola compunham os looks que as modelos traziam junto com suas delicadas bolsinhas de mão.

Gisela Franck, Designer de Moda, desenvolveu uma coleção forte e, paradoxalmente, delicada. Gisela usou como base tecidos de linho – com diversas texturas – em tons pastel e pink. Os vestidinhos rústico-chiques tinham acabamentos em couro pespontado de forma delicada sem cair no clichê que, junto às modelagens, apesar de ajustadas ao corpo, davam um ar bem leve e sertanejo às manequins.A designer conseguiu desenvolver, com muita graça, um trabalho baseado em uma nação, cuja sobrevivência e evolução se deram da construção de seus próprios tecidos, sem adventos modernos.

A coleção do baiano Tarcísio Brito se distinguiu das outras com seus cortes secos, cheios de contemporaneidade. Tarcísio não utilizou o artesanato propriamente dito, como os outros concorrentes. A ‘Misto é sempre Mixto’, em preto e branco, trouxe peças minimalistas e elegantes junto a sapatos sociais bem lustrados de couro duro, utilizados com meias soquete pretas. As modelos com pisar forte entravam na passarela nos fazendo lembrar dos estrangeiros que também tiveram sua parte na construção do DNA brasileiro.

O resultado final do concurso surpreendeu: Tarcísio Brito, quebrando preceitos, foi agraciado com o primeiro lugar - e , seguindo as regras, deve ganhar um espaço individual na grade de horários da próxima edição do evento para apresentar uma coleção. Em segundo, ficaram Cristiane Gomes e Lorena Pessoa. E, em terceiro, a dupla Márcia Henz e Rejane Mara.





2 comentários:

Anônimo disse...

Isso é o que eu chamo de um apanhado geral dos novos talentos, muito boas as fotos tb! Valeu Kata!

Beijos meninas!

Sul. disse...

já já volto pra ler tudo.
hahaha

bateu preguiça :}